
Com tantas séries com potencial a serem lançadas anualmente, além daquelas que jamais vimos e pertencem à lista de espera de qualquer fã de programas televisivos, certamente não há mais tempo para ser desperdiçado com bobagens que surgem aos borbotões, e Revolution é uma destas. Ainda que J. J. Abrams tenha revelado instantes de brilhantismo ao longo de sua carreira meteórica, chegou o momento do diretor, produtor, roteirista e criador de inúmeras obras começar a rever seus conceitos de “grandes idéias”.
O que incomoda nesta altura é certamente a presão. Julgando-se capaz de criar elaboradas tramas (a maioria nem tanto elaborada) que se cercam de insolúveis mistérios, Abrams não só vem reciclando sua desgastada fórmula como também parece, pouco a pouco, esquecer que o público cansou de produções de um só foco que, evidentemente, tentarão se espichar ao máximo por longas e exaustivas temporadas, bastando tomarmos como exemplo a cancelada The Event, que se anunciava como nova Lost e culminou em um cancelamento apressado.
E já que estamos falando de imersão nesse mundo sem qualquer tipo de energia há quinze anos, é preciso citar também os brilhantes figurino e maquilagem, que tornam os atores verdadeiros modelos em passarelas com indumentárias asseadas e novas, cabelos sempre penteados, raras barbas por fazer e muita maquilagem para deixar as protagonistas de bem com a câmera.
Como se não bastasse, o frágil guião de Eric Kripke ainda insiste, mesmo que já estejamos completamente alheios àquele mundo quase onírico, que diversas coincidências são extremamente prováveis. Logo, não é de se assustar quando vemos o jovem Jimmy, asmático, apenas para satisfazer às necessidades de uma história vagabunda, encontrar em sua fuga justamente um campo florido onde há pólen em suspensão, que o leva, obviamente, a um ataque de asma. Curiosamente, perto desse campo há uma residência, e dentro dela, uma simpática senhora que, adivinhem só, possui bombinhas para asma! Mas como se o circo ainda não estivesse montado, Kripke ainda deixa o melhor para o final do seu piloto, quando sabemos que a senhora hospitaleira está extremamente envolvida com a tal trama conspiratória furada que Revolution tenta estabelecer.
Com todos os aspectos técnicos falhados e ainda com um script mais falso que vendedor de seguros, será que seria pedir demais por atuações convincentes? No caso do programa em questão, a resposta é sim, visto que Abrams e seus produtores resolveram fornecer o pacote completo. Com exceção dos bons e únicos minutos iniciais do enredo, não há um só instante em que consigamos captar envolvimento e desenvolvimento de atores e personagens, principalmente entre o núcleo mais jovem do elenco. Só a título de exemplo, numa cena onde a protagonista dialoga com seu tio, o momento a que chega a beirar a comicidade dada a artificialidade nas expressões de Tracy Spiridakos, que exagera nas caretas e inflexões ao ponto de acharmos que sua personagem está para cuspir um alien.
Com todos os aspectos técnicos falhados e ainda com um script mais falso que vendedor de seguros, será que seria pedir demais por atuações convincentes? No caso do programa em questão, a resposta é sim, visto que Abrams e seus produtores resolveram fornecer o pacote completo. Com exceção dos bons e únicos minutos iniciais do enredo, não há um só instante em que consigamos captar envolvimento e desenvolvimento de atores e personagens, principalmente entre o núcleo mais jovem do elenco. Só a título de exemplo, numa cena onde a protagonista dialoga com seu tio, o momento a que chega a beirar a comicidade dada a artificialidade nas expressões de Tracy Spiridakos, que exagera nas caretas e inflexões ao ponto de acharmos que sua personagem está para cuspir um alien.

Salvando-se apenas por algumas cenas de ação de propriedade de Jon Favreau, o episódio-piloto desta série, Revolution escancara a sua realidade até para os que não desejarem enxergá-la: apenas uma cena introdutória de poucos segundos que surge interessante, somada a quarenta e três minutos de mais do mesmo, onde draminhas artificiais se desenvolvem, piadinhas com nerds surgem a todo instante, e uma história reciclada e liquidificada com tudo o que há de pior na TV nos é entregue numa embalagem de “a nova obra revolucionária de J. J. Abrams”.
Bem, caros leitores, quanto a vocês, não sei. Mas minha experiência esta série não passará de uma primeira e péssima temporada! Voltamos para a semana dia 16 setembro (domingo).
Género: Drama, Ficção Cientifica, Ação/Aventura, Misterio
Episódios: 1 episódio de aproximadamente 43 minutos (PILOTO)
Autor: Eric Kripke
Elenco: JD Pardo, Zak Orth, Maria Howell, David Lyons, Daniella Alonso, Billy Burke, Giancarlo Esposito, Tim Guinee, Elizabeth Mitchell e Tracy Spiridakos
Produtores Executivos: J. J. Abrams, Bryan Burk, Eric Kripke
Produção: Warner Bros. Television, Bad Robot Productions
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