domingo, 5 de agosto de 2012

Marilyn Monroe: Um ícone de beleza americano

Na altura em que se cumprem 50 anos sobre a sua morte, recordamos os filmes e a vida de Marilyn Monroe.

Em toda a história do cinema, não haverá atriz que tenha personificado um mito tão duradouro de sensualidade, «glamour», alegria e tragédia como Marilyn Monroe, que, 50 anos após a morte prematura, continua a ser o maior «sex-symbol» não só da história do cinema como também do próprio século XX. Hoje em dia, tudo nela é mito: desde os filmes que fez ao misto de inocência e sexualidade que personificou, passando pelas várias tragédias da vida real, como a infância traumática, os casamentos falhados, a insegurança e depressão crónicas, e, principalmente, a morte não esclarecida aos 36 anos.  
  

Se estivesse viva, Marilyn teria hoje 86 anos: o seu falecimento prematuro foi uma tragédia mas fez dela uma lenda, já que despareceu no auge da beleza e ninguém a viu envelhecer.

A história de Marilyn é sobejamente conhecida: nascida Norma Jeane Mortenson em 1926, passou a infância em orfanatos e casas de acolhimento até casar aos 16 anos com um oficial da polícia, de quem se divorciaria quatro anos depois. A ascensão ao estrelato foi longa e fez o percurso habitual de modelo fotográfico, mudança de imagem (na origem, Marilyn era morena: o louro platinado veio depois...) e papéis de figuração sem quaisquer deixas em filmes menores.

O Pecado Mora ao Lado (1955)
Foi em «Ladies of the Chorus», em 1948, que teve o primeiro pequeno papel de algum relevo, a que se seguiram outros sem particular significado, até dois papéis secundários em 1950 que a colocaram de forma mais forte no radar: «Quando a Cidade Dorme», de John Huston, e «Eva», de Joseph L. Mankiewicz, que ganharia o Óscar de Melhor Filme.

Os papéis secundários presseguriam com aumento progressivo de relevância, até ao primeiro papel protagonista, em 1952, no «thriller» «Os Meus Lábios Queimam». A explosão, porém, só se deu em 1953, inicialmente com «Niagara», em que Marilyn fez disparar o seu «sex-appeal» com um cartaz em que as águas contornavam as curvas do seu corpo, e depois com «Os Homens Preferem as Louras», de Howard Hawks, um imenso sucesso que lhe estabeleceu a imagem de bomba sexual ingénua, e que deixou para a posteridade o número «Diamonds are a Girl's Best Friend». Ainda no mesmo, o número 1 da «Playboy» publicou uma mítica foto nua da atriz, tirada em 1949.

A partir daí, o mito não parou de crescer, mas apesar da sucessão de comédias, Marilyn tentou sempre furar a imagem de loura burra que se lhe colara à pele. O drama «Rio sem Regresso», de Otto Preminger, logo em 1954, foi uma tentativa bem sucedida nesse sentido, embora a força dos filmes que mais lhe alimentaram a lenda fosse superior a tudo: as geniais comédias de Billy Wilder «O Pecado Mora ao Lado» (1955), em que nem nome precisava de ter, e «Quanto Mais Quente Melhor» (1959).

O estudo de artes dramáticas, que Monroe já tinha tido em diversas circunstâncias, acentuou-se a meados dos anos 50, quando a atriz estudou no prestigiado Actor's Studio tendo até ao fim Paula Starsberg como tutora pessoal e confidente. Os primeiros resultados fizeram-se logo notar no drama «Paragem de Autocarro», de Joshua Logan, em 1956, e, além das comédias que fez a seguir, teve os seus frutos mais extraordinários no filme crespucular que é «Os Inadaptados» (1961), de John Huston, o último que completou antes de falecer.

Os Meus Lábios Queimam (1952)
Entretanto, Monroe nunca saiu das capas dos jornais, não só pelos filmes mas também pelos seus casamentos (e divórcios) muito mediatizados com John DiMaggio, a mais célebre estrela do basebol da época, e Arthur Miller, o mais importante dramaturgo norte-americanos da altura. Isto para já não falar dos romances com os irmãos John e Robert F.Kennedy, os atrasos cada vez mais frequentes durante as rodagens e, claro, a morte súbita, de aparente ingestão de barbitúricos, mas cuja verdadeira causa nunca foi cabalmente esclarecida, com a hipótese de assassínio a não ser colocada de parte.

De lá a cá, ao contrário de outras celebridades da época, o mito de Marilyn não parou de aumentar, estando presente nas mais diversas áreas da cultura popular, desde a presença de Madonna aos quadros de Andy Warhol, passando pela canção «Candle in the Wind», de Elton John, ou vindo até à atualidade, com a série televisiva «Smash», produzida por Steven Spielberg, a girar em redor da montagem de um espetáculo sobre a vida da atriz.



As fundações do mito já deram livros, filmes, poemas e até óperas, e 50 anos após a morte, Marilyn Monroe continua a ser uma das presenças mais magnéticas da história das imagens do século XX. Se também o teria sido caso tivesse falecido de morte natural várias décadas depois, é algo em que poucos acreditam. Mas no cinema, o mito conta mais que a vida real, e por isso, entre a realidade e a ficção, a vida de Marilyn continua a ser das mais fascinantes e enigmáticas do último século.

Galeria da vida de Marilyn Monroe no cinema:
 
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